As declarações da Secretária Yellen em 13 de abril de 2022 mencionaram “friend-shoring” como um compromisso de trabalhar com países que “têm uma forte adesão a um conjunto de normas e valores sobre como operar na economia global e sobre como gerir o sistema econômico global.”
O que é friend-shoring?
Friend-shoring ou ally-shoring tornou-se um meio para os EUA influenciarem as empresas a moverem seus locais de fornecimento e fabricação para costas amigas — muitas vezes de volta para as mesmas costas no caso dos EUA. E o objetivo é isolar suas cadeias de suprimentos de nações menos alinhadas, como a China.
Mas é a melhor maneira de proceder? As cadeias de suprimentos globais atuais, possibilitadas pela redução de tarifas e pela diminuição dos custos de transporte e comunicação, transformaram a produção ao permitir que as empresas fabriquem bens onde for mais barato. Isso geralmente significa que, enquanto insumos de alto valor agregado (como pesquisa e desenvolvimento, design, publicidade e finanças) são obtidos em economias avançadas, a fabricação de baixo custo se desloca para mercados emergentes e países em desenvolvimento.
As declarações da Secretária Yellen de 13 de abril de 2022 falaram sobre “friend-shoring” – um compromisso de trabalhar com países que “têm uma forte adesão a um conjunto de normas e valores sobre como operar na economia global e sobre como gerir o sistema econômico global.” Mas é a melhor maneira de proceder?
“Friend-shoring pode ser extremamente arriscado”, diz Tom Wrobleski, co-líder da prática de Otimização de Talentos da Cadeia de Suprimentos da Korn Ferry.
Para onde o friend-shoring está levando?
Após a economia global ter sido influenciada pelos longos anos de lockdown da Covid-19, qualquer forma de protecionismo irá perturbar ainda mais a já instável cadeia de suprimentos global. Apesar das controvérsias políticas na China, desde os anos 90, o país tem dedicado seus recursos à manufatura, e muitas empresas já plantaram suas raízes de fabricação na China, onde seus fornecedores estão todos próximos. Embora outros países asiáticos como Vietnã, Índia e Tailândia também sejam conhecidos pela manufatura de baixo custo, ainda assim, realocar os locais de fabricação pode ser caro e arriscado para as empresas, pois não apenas elas têm que replanejar toda a cadeia de suprimentos para todos os materiais necessários, mas outros países asiáticos também podem não ter a infraestrutura completa para facilitar a manufatura em algumas indústrias.
“Você está escolhendo lados e pode, involuntariamente, criar inimizades com outros países.”
Esta nova forma de protecionismo não será favorável à globalização enquanto afeta a cadeia de suprimentos global e a economia. E, a longo prazo, isso pode sair pela culatra se o país do qual sua empresa depende — para lítio para baterias, por exemplo, ou metais preciosos para chips de computador — se sentir alienado. Além disso, à medida que isso se torna uma tendência, o mundo gradualmente se separará, e será difícil para os países trabalharem juntos pelo bem-estar da humanidade.
Conclusão
O mundo de hoje atingiu seu auge com os países trabalhando juntos. Ao fazer com que cada país use sua melhor vantagem para contribuir para a economia mundial, a desvantagem de todos é compensada. Embora ainda estejamos longe da globalização completa, e haja muitas diferenças e até controvérsias entre os países, o friend-shoring não seria uma maneira muito adequada de abordar as questões.
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